Postado por Dra. Camila Bonacordi
Você sabia que é possível a retirada de um mioma por dentro do útero, sem cicatrizes no abdome? Isso é possível através da histeroscopia cirúrgica!
No entanto, esse tipo de cirurgia só é indicado para um tipo específico de mioma – o mioma ou leiomioma submucoso.
O objetivo deste artigo é explicar tudo o que você precisa saber sobre o mioma submucoso, incluindo seus sintomas, tipos, diagnóstico e tratamento!
O mioma é um nódulo benigno que se forma no útero.
Quando está localizado na camada interna do útero, ou seja, na cavidade endometrial, é chamado de submucoso.
O mioma submucoso é restrito a camada interna do útero, o endométrio, onde ficam localizados os bebês durante a gestação.
Os miomas submucosos costumam causar sintomas mais precocemente, mesmo quando pequenos.
Os principais sintomas são:
O diagnóstico é realizado por exames de imagem, como o ultrassom transvaginal e a ressonância magnética da pelve, que sugerem a presença do leiomioma submucoso.
No entanto, o diagnóstico de certeza só é feito a partir da histeroscopia diagnóstica.
Este é um exame em que uma pequena câmera visualiza todas estruturas por dentro do útero, possibilitando uma avaliação mais específica do mioma e a sua classificação.
Os miomas são classificados após o exame de histeroscopia, que visualiza por dentro do útero, o seu tamanho e grau de infiltração no miométrio.
Segundo a Sociedade Europeia de Endoscopia Ginecológica (ESGE) e a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), os miomas submucosos podem apresentar diferentes graus:
Apesar da grande maioria dos miomas submucosos serem tratados por histeroscopia cirúrgica, esse tratamento pode não ser o ideal para todos os casos.
Isso porque eles podem infiltrar a parede do miométrio e apresentar tamanhos variados que podem dificultar a sua remoção.
Sendo assim, outra classificação foi feita para auxiliar a definição do melhor tratamento para cada caso.
Outra classificação muito popular é a classificação de Lasmar (STEPW) em que são analisados os seguintes parâmetros:
Cada parâmetro fornece uma quantidade de pontos que classificam o mioma submucoso em Grupo I, II e III.
No grupo I, é possível a ressecção do mioma por histeroscopia cirúrgica, sendo considerado um procedimento de baixa complexidade.
Já no grupo II, a histeroscopia é considerada de alta complexidade, podendo necessitar de 2 tempos cirúrgicos.
Por fim, no Grupo III, a miomectomia por histeroscopia não é recomendada.
O tratamento é sempre individualizado, variando de acordo com alguns critérios como o número e o tamanho dos miomas, idade e desejo reprodutivo, classificação de Lasmar, entre outros.
De um modo geral, a maioria dos miomas submucosos são retirados através da histeroscopia cirúrgica.
No entanto, vale ressaltar que alguns miomas submucosos podem necessitar de histeroscopia cirúrgica em 2 tempos ou mesmo uma outra abordagem cirúrgica.
A histeroscopia é realizada no centro cirúrgico sob anestesia (sedação ou anestesia geral).
Um instrumento chamado histeroscópio é inserido no canal vaginal e no interior do útero, sem a necessidade de incisões abdominais.
Ele é composto por uma câmera, um canal para circulação do líquido que distenderá a cavidade uterina, além de uma alça para realizar a retirada dos miomas.
É um procedimento rápido, que permite a alta hospitalar precoce, algumas horas após a cirurgia.
Além disso, permite uma rápida recuperação pós operatória, sendo possível o retorno às atividades habituais de 2 a 5 dias após o procedimento.
Fiz um vídeo no meu canal, onde mostro trechos de uma histeroscopia para retirada do mioma submucoso, caso queiram conferir.
O tratamento dos miomas submucosos é, na maioria dos casos, cirúrgico. A cirurgia pode ser realizada na maioria dos hospitais em São Paulo (SP).
O ideal é conversar com a sua ginecologista de confiança e combinar em conjunto o hospital de preferência.
A minha equipe realiza esse procedimento nos principais hospitais particulares de São Paulo. Estamos à disposição para receber você em meu consultório.
Ele fica localizado no Jardim Paulista em São Paulo, próximo aos bairros: Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.
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Neste artigo, conversamos tudo sobre o mioma submucoso, sintomas, diagnóstico, classificação e tratamento por meio da histeroscopia cirúrgica.
Além de não deixar cicatrizes, a histeroscopia permite uma rápida recuperação com retorno precoce às atividades habituais.
Espero que vocês tenham gostado! Um beijo!
Não! O mioma submucoso é um tumor benigno.
No entanto, ele deve ser investigado e tratado adequadamente, pois pode cursar com sangramentos, dores abdominais e dificuldade para engravidar.
Depende. Os miomas submucosos podem causar dificuldade para engravidar ou até uma maior frequência de abortamentos.
Recomendamos que as mulheres com este tipo de mioma e com desejo reprodutivo procurem seu ginecologista para avaliação, mas geralmente a retirada por cirurgia é indicada!
1) Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas: Leiomioma de útero. Ministério da Saúde, 2017.
2) FIGO classification system for causes of abnormal uterine bleeding in nongravid women of reproductive age. Internacional Journal of Ginecology & Obstetrics, 2011.
3) Miomas submucosos: classificação pré-operatória para avaliação da viabilidade da cirurgia histeroscópica. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2004.
Artigo criado em 01/07/2023 e atualizado em 20/08/2023 por Dra Camila Bonacordi (CRMSP: 175203)
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.
Texto escrito por:
Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514