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AGO 20

Mioma submucoso: Tudo o que você precisa saber!

Postado por Dra. Camila Bonacordi

útero contendo um mioma submucoso

Você sabia que é possível a retirada de um mioma por dentro do útero, sem cicatrizes no abdome? Isso é possível através da histeroscopia cirúrgica!

No entanto, esse tipo de cirurgia só é indicado para um tipo específico de mioma – o mioma ou leiomioma submucoso.

O objetivo deste artigo é explicar tudo o que você precisa saber sobre o mioma submucoso, incluindo seus sintomas, tipos, diagnóstico e tratamento! 

O que é o mioma submucoso?

O mioma é um nódulo benigno que se forma no útero.

Quando está localizado na camada interna do útero, ou seja, na cavidade endometrial, é chamado de submucoso.

O mioma submucoso é restrito a camada interna do útero, o endométrio, onde ficam localizados os bebês durante a gestação.

Quais são os sintomas?

Os miomas submucosos costumam causar sintomas mais precocemente, mesmo quando pequenos.

Os principais sintomas são:

  • Sangramento menstrual aumentado;
  • Sangramento uterino anormal (inclusive fora do período menstrual);
  • Cólicas menstruais;
  • Dificuldade para engravidar e abortamento.

Como é feito o diagnóstico? 

O diagnóstico é realizado por exames de imagem, como o ultrassom transvaginal e a ressonância magnética da pelve, que sugerem a presença do leiomioma submucoso.

No entanto, o diagnóstico de certeza só é feito a partir da histeroscopia diagnóstica.

Este é um exame em que uma pequena câmera visualiza todas estruturas por dentro do útero, possibilitando uma avaliação mais específica do mioma e a sua classificação.

Como os miomas submucosos são classificados?

Os miomas são classificados após o exame de histeroscopia, que visualiza por dentro do útero, o seu tamanho e grau de infiltração no miométrio.

Segundo a Sociedade Europeia de Endoscopia Ginecológica (ESGE) e a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), os miomas submucosos podem apresentar diferentes graus:

  • Grau 0: mioma 100% localizado na cavidade uterina
  • Grau I: > 50% do mioma está na cavidade uterina, sendo o componente intramural inferior a 50%
  • Grau II: mais de 50% do mioma é intramural

Apesar da grande maioria dos miomas submucosos serem tratados por histeroscopia cirúrgica, esse tratamento pode não ser o ideal para todos os casos.

Isso porque eles podem infiltrar a parede do miométrio e apresentar tamanhos variados que podem dificultar a sua remoção. 

Sendo assim, outra classificação foi feita para auxiliar a definição do melhor tratamento para cada caso.

Classificação de Lasmar

Outra classificação muito popular é a classificação de Lasmar (STEPW) em que são analisados os seguintes parâmetros:

  • Tamanho do mioma
  • Topografia do mioma em relação ao útero
  • Extensão da base do mioma em relação a parede uterina
  • Penetração do mioma no miométrio
  • Acometimento da parede lateral do útero

Cada parâmetro fornece uma quantidade de pontos que classificam o mioma submucoso em Grupo I, II e III.

No grupo I, é possível a ressecção do mioma por histeroscopia cirúrgica, sendo considerado um procedimento de baixa complexidade.

Já no grupo II, a histeroscopia é considerada de alta complexidade, podendo necessitar de 2 tempos cirúrgicos.

Por fim, no Grupo III, a miomectomia por histeroscopia não é recomendada.

Qual o tratamento do mioma submucoso? Quando operar?

O tratamento é sempre individualizado, variando de acordo com alguns critérios como o número e o tamanho dos miomas, idade e desejo reprodutivo, classificação de Lasmar, entre outros.

De um modo geral, a maioria dos miomas submucosos são retirados através da histeroscopia cirúrgica.

No entanto, vale ressaltar que alguns miomas submucosos podem necessitar de histeroscopia cirúrgica em 2 tempos ou mesmo uma outra abordagem cirúrgica.

Como é feita a histeroscopia cirúrgica?

A histeroscopia é realizada no centro cirúrgico sob anestesia (sedação ou anestesia geral).

Um instrumento chamado histeroscópio é inserido no canal vaginal e no interior do útero, sem a necessidade de incisões abdominais.

Ele é composto por uma câmera, um canal para circulação do líquido que distenderá a cavidade uterina, além de uma alça para realizar a retirada dos miomas.

É um procedimento rápido, que permite a alta hospitalar precoce, algumas horas após a cirurgia.

Além disso, permite uma rápida recuperação pós operatória, sendo possível o retorno às atividades habituais de 2 a 5 dias após o procedimento.

Fiz um vídeo no meu canal, onde mostro trechos de uma histeroscopia para retirada do mioma submucoso, caso queiram conferir.

Onde tratar o mioma submucoso em São Paulo (SP)?

O tratamento dos miomas submucosos é, na maioria dos casos, cirúrgico. A cirurgia pode ser realizada na maioria dos hospitais em São Paulo (SP).

O ideal é conversar com a sua ginecologista de confiança e combinar em conjunto o hospital de preferência.

A minha equipe realiza esse procedimento nos principais hospitais particulares de São Paulo. Estamos à disposição para receber você em meu consultório.

Ele fica localizado no Jardim Paulista em São Paulo, próximo aos bairros: Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.

Para entrar em contato clique aqui ou no símbolo de Whatsapp ao lado.

Conclusão

Neste artigo, conversamos tudo sobre o mioma submucoso, sintomas, diagnóstico, classificação e tratamento por meio da histeroscopia cirúrgica.

Além de não deixar cicatrizes, a histeroscopia permite uma rápida recuperação com retorno precoce às atividades habituais.

Espero que vocês tenham gostado! Um beijo!

 

Dúvidas Frequentes:

1) O mioma submucoso é perigoso?

Não! O mioma submucoso é um tumor benigno.

No entanto, ele deve ser investigado e tratado adequadamente, pois pode cursar com sangramentos, dores abdominais e dificuldade para engravidar.

2) Quem tem mioma submucoso pode engravidar?

Depende. Os miomas submucosos podem causar dificuldade para engravidar ou até uma maior frequência de abortamentos.

Recomendamos que as mulheres com este tipo de mioma e com desejo reprodutivo procurem seu ginecologista para avaliação, mas geralmente a retirada por cirurgia é indicada!

 

Bibliografia: 

1) Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas: Leiomioma de útero. Ministério da Saúde, 2017. 

2) FIGO classification system for causes of abnormal uterine bleeding in nongravid women of reproductive age. Internacional Journal of Ginecology & Obstetrics, 2011. 

3) Miomas submucosos: classificação pré-operatória para avaliação da viabilidade da cirurgia histeroscópica. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia, 2004.

 

Artigo criado em 01/07/2023 e atualizado em 20/08/2023 por Dra Camila Bonacordi (CRMSP: 175203)

 

IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.


Texto escrito por:

Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514

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