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JUL 07

Laqueadura por Videolaparoscopia: 10 vantagens que você não sabia

Postado por Dra. Camila Bonacordi

mulher feliz com o filho no colo vendo o celular

Introdução 

Atualmente, existem diversos métodos contraceptivos. Dentre eles, os métodos hormonais (pílulas, implante anticoncepcional, DIU Mirena, DIU Kyleena) e os não hormonais (DIU de cobre e DIU de prata). No entanto, todos estes métodos são reversíveis. 

Muitas mulheres procuram métodos de contracepção definitiva (esterilização) e optam pela laqueadura tubária.

Com o avanço da tecnologia, inúmeras técnicas foram desenvolvidas, dentre elas a videolaparoscopia.

Esta é uma técnica minimamente invasiva que apresenta uma série de vantagens.

O objetivo deste artigo é falar sobre as principais vantagens da laqueadura por videolaparoscopia que a maioria das mulheres não conhecem.

O que é laqueadura tubária?

ligadura tubária é uma cirurgia que consiste na interrupção do trajeto da tuba uterina, impedindo a fecundação. 

Para simplificar, funciona como se “quebrássemos a ponte” que comunica o óvulo com o espermatozoide. 

É considerado um método contraceptivo definitivo, assim como a vasectomia, realizada nos homens. 

Qual são os tipos de laqueadura tubária?

Existem 04 tipos: Laparoscópica, Aberta, Periumbilical e Vaginal. 

Dentre as técnicas, a mais utilizada é salpingectomia parcial que consiste no corte e retirada de aproximadamente 1cm da tuba uterina, cauterizando ou amarrando as extremidades. 

  • Laparoscopia: técnica em que é feita 1 punção no umbigo e outras 3 na porção inferior do abdome de aproximadamente 5mm. Esta técnica permite uma recuperação pós operatória mais rápida. 
  • Laparotomia (aberta): realiza-se um corte similar a cicatriz de cesárea para ser possível cortar e ligar as tubas uterinas. Demanda uma recuperação pós operatória mais longa.
  • Periumbilical: técnica utilizada quando a ligadura tubária é feita até 48 horas após o parto, pois o útero no pós parto situa-se na altura do umbigo, permitindo a realização do procedimento. Liberada apenas em situações específicas, como risco de vida materno em nova gestação. 
  • Vaginal: realiza-se um corte no fundo da vagina, permitindo a visualização e a ligadura das tubas uterinas. Esta técnica não é recomendada em pacientes obesas pela maior dificuldade do procedimento. Permite uma rápida recuperação pós operatória, porém demanda maior tempo de abstinência sexual para a cicatrização completa dos pontos vaginais.  

Vale lembrar que a intenção ao realizarmos a ligadura tubária é interromper o trajeto definitivamente, portanto, se houver qualquer dúvida sobre o desejo de gestação a longo prazo, opte por métodos reversíveis, como o DIU Mirena.

Como saber se a laqueadura foi cortada ou amarrada?

A única forma é perguntando a sua ginecologista. Como existem diversas técnicas para a realização da laqueadura, cada profissional faz aquela de sua preferência. 

Atualmente, a maioria dos médicos associam as técnicas, para menor risco de recanalização das tubas. 

Quem pode fazer laqueadura?

De acordo com a Lei 9.263/96, a ligadura tubária é permitida para mulheres com mais de 25 anos de idade, ou com dois ou mais filhos vivos. 

Se apresentar cônjuge, é necessária assinatura do Termo de Consentimento pelo casal. 

Além disso, a lei orienta aguardar o intervalo de pelo menos 60 dias entre a manifestação do desejo por esterilização definitiva e o procedimento cirúrgico.

Nesse tempo, o casal passará por orientações sobre outros métodos anticoncepcionais e desencorajamento a esterilização precoce. 

Quais documentos são necessários para se fazer uma laqueadura?

É necessário a assinatura e reconhecimento de firma de um Termo de Consentimento para a Esterilização Definitiva (ligadura tubária ou vasectomia), após as explicações sobre a cirurgia, riscos cirúrgicos e outros métodos contraceptivos reversíveis.

É possível fazer laqueadura após cesárea?

Pela lei brasileira, é vedada a esterilização cirúrgica em mulheres durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade por más condições uterinas (cesarianas sucessivas anteriores) ou risco de vida materno. 

A cirurgia de laqueadura tubária é perigosa?

Não. A ligadura das tubas uterinas é uma cirurgia relativamente simples e rápida, mas que envolve os riscos habituais de qualquer procedimento cirúrgico. 

Quais os riscos da ligadura das trompas?

Os riscos são: infecção da cicatriz, infecção abdominal, sangramento, lesão de órgãos adjacentes como bexiga, intestino ou vasos sanguíneos e trombose venosa profunda.

É possível fazer reversão da laqueadura tubária?

Depende. A reversão é possível em alguns casos, a depender da técnica cirúrgica utilizada. 

Entretanto, é fundamental avaliar a idade da paciente e a sua reserva ovariana, para não realizar um procedimento em vão.

Isto porque, a taxa de gestação espontânea reduz em mulheres após os 35 a 40 anos de idade. 

Além disso, a reversão aumenta o risco de gestação ectópica tubária (quando o embrião se implanta na tuba uterina ao invés do útero), devido a cicatriz criada após religar as tubas uterinas.

Qual o preparo antes de uma ligadura tubária por videolaparoscopia?

É recomendado um jejum de pelo menos 8 horas antes da cirurgia e uma dieta leve no dia anterior ao procedimento. 

São necessários também exames pré operatórios gerais (exame de sangue completo, Raio X de tórax, eletrocardiograma) e específicos (a depender das comorbidades pré existentes). 

Antes da cirurgia, é fundamental conversar com a sua ginecologista, que irá explicar as possíveis vias e técnicas para a realização da laqueadura, responder as principais dúvidas e deixar a paciente mais segura e confortável antes do procedimento.

Qual anestesia é feita para a ligadura tubária por videolaparoscopia?

A anestesia realizada é a anestesia geral. 

A paciente irá dormir durante todo o procedimento e não irá sentir nenhum tipo de dor ou desconforto.

Como é feita a laqueadura por videolaparoscopia?

A laparoscopia funciona da seguinte forma: realiza-se uma pequena incisão no umbigo de aproximadamente 1cm, seguido de 3 incisões de 0,5cm cada no abdome inferior.

Isto permite a inserção da câmera, das pequenas pinças e a insuflação de gás dentro do abdome, que irá criar um espaço amplo para iniciar a cirurgia. 

Após este preparo inicial, uma tuba uterina é cortada (retirado aproximadamente 1cm de sua extensão) e suas 2 extremidades são coaguladas. 

O mesmo procedimento é realizado na outra tuba uterina. 

As porções das tubas uterinas retiradas são encaminhadas para biópsia. 

Após isto, as pequenas incisões são fechadas com pontos absorvíveis e uma sutura intradérmica, que favorece uma cicatrização com melhor aspecto estético. 

Quais as vantagens da laqueadura tubária por videolaparoscopia?

  • Menor dor no pós operatório
  • Menor cicatriz
  • Menor sangramento
  • Menor tempo de internação hospitalar
  • Menor tempo de recuperação após a cirurgia
  • Retorno precoce às atividades habituais
  • Menor quantidade de analgésicos no pós operatório
  • Menor trauma da cirurgia
  • Menor agressão ao ovário
  • Menor risco de formação de aderência

Quais as desvantagens da ligadura tubária por videolaparoscopia?

É um método de esterilização, portanto, só é indicada para mulheres ou casais que estejam certos sobre a contracepção definitiva. 

Só deve ser realizado por ginecologistas especialistas em videolaparoscopia.

Quanto tempo dura uma cirurgia de laqueadura tubária por laparoscopia?

A cirurgia para ligadura das tubas uterinas dura em média 30 minutos. 

A laqueadura tubária por videolaparoscopia dói? 

Não. A cirurgia é um procedimento indolor devido a anestesia geral. 

Como é a recuperação após laqueadura por laparoscopia?

No pós operatório imediato, é comum sentir dor abdominal leve e a sensação barriga inchada. 

Recomenda-se que a paciente ande no pós operatório precoce para facilitar a liberação de gases e o funcionamento do intestino, além de reduzir o risco de trombose. 

Geralmente, a paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte a cirurgia. 

Deve-se evitar exercícios físicos intensos ou pegar peso nos primeiros dias, porém sem restrições quanto a alimentação após a cirurgia. 

Qual o tempo de recuperação após a laqueadura por videolaparoscopia?

É recomendado 14 dias de afastamento do trabalho, das atividades físicas intensas e das relações sexuais. 

É normal ter barriga inchada após a laqueadura tubária por laparoscopia?

Sim, é normal ocorrer estufamento e distensão da barriga após a cirurgia.

Durante o procedimento, é necessário insuflar gás no abdome para permitir a visualização dos órgãos e a realização da cirurgia. 

Porém, esses efeitos colaterais são facilmente resolvidos com o uso de medicações para gases e analgésicos. 

O que muda na relação sexual após a ligadura de trompas?  

Nada! As tubas uterinas permitem a fecundação, pois através delas é possível o encontro do óvulo com o espermatozoide. 

Sendo assim, este procedimento não irá interferir na produção hormonal, na libido ou na relação sexual. 

Como fica a menstruação após a laqueadura?

É relativamente frequente a queixa de aumento do fluxo menstrual com a laqueadura. No entanto, é importante ficar claro que este procedimento não interfere no fluxo menstrual. 

O que acontece é que muitas mulheres antes da cirurgia, usam métodos contraceptivos hormonais. Estes hormônios reduzem a proliferação do endométrio, que é a camada interna do útero que descama na menstruação. 

Após o procedimento, estas mulheres param de usar estes métodos contraceptivos hormonais.

Desta forma, há maior proliferação do endométrio, o que pode gerar um aumento do fluxo menstrual. Ou seja, a cirurgia em si não interfere no ciclo menstrual. 

Se esta queixa ocorrer, é importante investigar outras causas para o aumento do fluxo menstrual.

É possível engravidar após laqueadura? 

As taxas de falha são baixas e variam em torno de 0,5%. No entanto, isso depende da técnica utilizada.

Caso a mulher deseje reverter a laqueadura, deve passar por uma avaliação com um ginecologista especialista, para avaliar a viabilidade. 

Um dos tratamentos mais recomendados, em caso de desejo de nova gestação, é a fertilização in vitro. 

Entretanto, é importante ressaltar que cada caso é individualizado, portanto, procure um médico de confiança para avaliar o melhor tratamento para você. 

Onde fazer laqueadura tubária por videolaparoscopia em São Paulo (SP)?

Este procedimento pode ser realizado na maioria dos hospitais em São Paulo (SP). A paciente e a equipe médica definem juntos o local mais adequado para a realização da cirurgia. 

A minha equipe realiza esse procedimento nos principais hospitais particulares de São Paulo. Estamos à disposição para receber você em meu consultório.

Ele fica localizado no Jardim Paulista em São Paulo, próximo aos bairros: Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.

Agende uma consulta com a Dra. Camila Bonacordi para mais informações sobre a Laqueadura Tubária por Videolaparoscopia.

Para contato, clique aqui ou no símbolo de Whatsapp ao lado.

Quanto custa uma laqueadura tubária por vídeolaparoscopia?

O valor da cirurgia depende principalmente do tipo de cirurgia (aberta ou videolaparoscópica) e dos honorários da equipe médica.

Para saber mais sobre o preço da laqueadura por laparoscopia, entre em contato conosco. 

Conclusão:

Reunimos neste artigo as principais dúvidas sobre a laqueadura tubária por videolaparoscopia. 

Falamos sobre o que é a ligadura tubária, os documentos necessários para a cirurgia, os tipos de cirurgia, tempo de recuperação e as diversas vantagens da cirurgia por laparoscopia.

Espero que tenham gostado! Um beijo!

Bibliografia:

1) https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/tubal-ligation/about/pac-20388360

2) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28333337/

3) https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/acesso-a-informacao/participacao-da-sociedade/consultas-publicas/cp59/dut/cp_59_11.pdf

 

Artigo criado em 07/07/22 e atualizado em 07/07/22 por Dra Camila Bonacordi.

IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.


Texto escrito por:

Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514

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