Postado por Dra. Camila Bonacordi
Atualmente, existem diversos métodos contraceptivos. Dentre eles, os métodos hormonais (pílulas, implante anticoncepcional, DIU Mirena, DIU Kyleena) e os não hormonais (DIU de cobre e DIU de prata). No entanto, todos estes métodos são reversíveis.
Muitas mulheres procuram métodos de contracepção definitiva (esterilização) e optam pela laqueadura tubária.
Com o avanço da tecnologia, inúmeras técnicas foram desenvolvidas, dentre elas a videolaparoscopia.
Esta é uma técnica minimamente invasiva que apresenta uma série de vantagens.
O objetivo deste artigo é falar sobre as principais vantagens da laqueadura por videolaparoscopia que a maioria das mulheres não conhecem.
A ligadura tubária é uma cirurgia que consiste na interrupção do trajeto da tuba uterina, impedindo a fecundação.
Para simplificar, funciona como se “quebrássemos a ponte” que comunica o óvulo com o espermatozoide.
É considerado um método contraceptivo definitivo, assim como a vasectomia, realizada nos homens.
Existem 04 tipos: Laparoscópica, Aberta, Periumbilical e Vaginal.
Dentre as técnicas, a mais utilizada é salpingectomia parcial que consiste no corte e retirada de aproximadamente 1cm da tuba uterina, cauterizando ou amarrando as extremidades.
Vale lembrar que a intenção ao realizarmos a ligadura tubária é interromper o trajeto definitivamente, portanto, se houver qualquer dúvida sobre o desejo de gestação a longo prazo, opte por métodos reversíveis, como o DIU Mirena.
A única forma é perguntando a sua ginecologista. Como existem diversas técnicas para a realização da laqueadura, cada profissional faz aquela de sua preferência.
Atualmente, a maioria dos médicos associam as técnicas, para menor risco de recanalização das tubas.
De acordo com a Lei 9.263/96, a ligadura tubária é permitida para mulheres com mais de 25 anos de idade, ou com dois ou mais filhos vivos.
Se apresentar cônjuge, é necessária assinatura do Termo de Consentimento pelo casal.
Além disso, a lei orienta aguardar o intervalo de pelo menos 60 dias entre a manifestação do desejo por esterilização definitiva e o procedimento cirúrgico.
Nesse tempo, o casal passará por orientações sobre outros métodos anticoncepcionais e desencorajamento a esterilização precoce.
É necessário a assinatura e reconhecimento de firma de um Termo de Consentimento para a Esterilização Definitiva (ligadura tubária ou vasectomia), após as explicações sobre a cirurgia, riscos cirúrgicos e outros métodos contraceptivos reversíveis.
Pela lei brasileira, é vedada a esterilização cirúrgica em mulheres durante os períodos de parto ou aborto, exceto nos casos de comprovada necessidade por más condições uterinas (cesarianas sucessivas anteriores) ou risco de vida materno.
Não. A ligadura das tubas uterinas é uma cirurgia relativamente simples e rápida, mas que envolve os riscos habituais de qualquer procedimento cirúrgico.
Os riscos são: infecção da cicatriz, infecção abdominal, sangramento, lesão de órgãos adjacentes como bexiga, intestino ou vasos sanguíneos e trombose venosa profunda.
Depende. A reversão é possível em alguns casos, a depender da técnica cirúrgica utilizada.
Entretanto, é fundamental avaliar a idade da paciente e a sua reserva ovariana, para não realizar um procedimento em vão.
Isto porque, a taxa de gestação espontânea reduz em mulheres após os 35 a 40 anos de idade.
Além disso, a reversão aumenta o risco de gestação ectópica tubária (quando o embrião se implanta na tuba uterina ao invés do útero), devido a cicatriz criada após religar as tubas uterinas.
É recomendado um jejum de pelo menos 8 horas antes da cirurgia e uma dieta leve no dia anterior ao procedimento.
São necessários também exames pré operatórios gerais (exame de sangue completo, Raio X de tórax, eletrocardiograma) e específicos (a depender das comorbidades pré existentes).
Antes da cirurgia, é fundamental conversar com a sua ginecologista, que irá explicar as possíveis vias e técnicas para a realização da laqueadura, responder as principais dúvidas e deixar a paciente mais segura e confortável antes do procedimento.
A anestesia realizada é a anestesia geral.
A paciente irá dormir durante todo o procedimento e não irá sentir nenhum tipo de dor ou desconforto.
A laparoscopia funciona da seguinte forma: realiza-se uma pequena incisão no umbigo de aproximadamente 1cm, seguido de 3 incisões de 0,5cm cada no abdome inferior.
Isto permite a inserção da câmera, das pequenas pinças e a insuflação de gás dentro do abdome, que irá criar um espaço amplo para iniciar a cirurgia.
Após este preparo inicial, uma tuba uterina é cortada (retirado aproximadamente 1cm de sua extensão) e suas 2 extremidades são coaguladas.
O mesmo procedimento é realizado na outra tuba uterina.
As porções das tubas uterinas retiradas são encaminhadas para biópsia.
Após isto, as pequenas incisões são fechadas com pontos absorvíveis e uma sutura intradérmica, que favorece uma cicatrização com melhor aspecto estético.
É um método de esterilização, portanto, só é indicada para mulheres ou casais que estejam certos sobre a contracepção definitiva.
Só deve ser realizado por ginecologistas especialistas em videolaparoscopia.
A cirurgia para ligadura das tubas uterinas dura em média 30 minutos.
Não. A cirurgia é um procedimento indolor devido a anestesia geral.
No pós operatório imediato, é comum sentir dor abdominal leve e a sensação barriga inchada.
Recomenda-se que a paciente ande no pós operatório precoce para facilitar a liberação de gases e o funcionamento do intestino, além de reduzir o risco de trombose.
Geralmente, a paciente recebe alta hospitalar no mesmo dia ou no dia seguinte a cirurgia.
Deve-se evitar exercícios físicos intensos ou pegar peso nos primeiros dias, porém sem restrições quanto a alimentação após a cirurgia.
É recomendado 14 dias de afastamento do trabalho, das atividades físicas intensas e das relações sexuais.
Sim, é normal ocorrer estufamento e distensão da barriga após a cirurgia.
Durante o procedimento, é necessário insuflar gás no abdome para permitir a visualização dos órgãos e a realização da cirurgia.
Porém, esses efeitos colaterais são facilmente resolvidos com o uso de medicações para gases e analgésicos.
Nada! As tubas uterinas permitem a fecundação, pois através delas é possível o encontro do óvulo com o espermatozoide.
Sendo assim, este procedimento não irá interferir na produção hormonal, na libido ou na relação sexual.
É relativamente frequente a queixa de aumento do fluxo menstrual com a laqueadura. No entanto, é importante ficar claro que este procedimento não interfere no fluxo menstrual.
O que acontece é que muitas mulheres antes da cirurgia, usam métodos contraceptivos hormonais. Estes hormônios reduzem a proliferação do endométrio, que é a camada interna do útero que descama na menstruação.
Após o procedimento, estas mulheres param de usar estes métodos contraceptivos hormonais.
Desta forma, há maior proliferação do endométrio, o que pode gerar um aumento do fluxo menstrual. Ou seja, a cirurgia em si não interfere no ciclo menstrual.
Se esta queixa ocorrer, é importante investigar outras causas para o aumento do fluxo menstrual.
As taxas de falha são baixas e variam em torno de 0,5%. No entanto, isso depende da técnica utilizada.
Caso a mulher deseje reverter a laqueadura, deve passar por uma avaliação com um ginecologista especialista, para avaliar a viabilidade.
Um dos tratamentos mais recomendados, em caso de desejo de nova gestação, é a fertilização in vitro.
Entretanto, é importante ressaltar que cada caso é individualizado, portanto, procure um médico de confiança para avaliar o melhor tratamento para você.
Este procedimento pode ser realizado na maioria dos hospitais em São Paulo (SP). A paciente e a equipe médica definem juntos o local mais adequado para a realização da cirurgia.
A minha equipe realiza esse procedimento nos principais hospitais particulares de São Paulo. Estamos à disposição para receber você em meu consultório.
Ele fica localizado no Jardim Paulista em São Paulo, próximo aos bairros: Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.
Agende uma consulta com a Dra. Camila Bonacordi para mais informações sobre a Laqueadura Tubária por Videolaparoscopia.
Para contato, clique aqui ou no símbolo de Whatsapp ao lado.
O valor da cirurgia depende principalmente do tipo de cirurgia (aberta ou videolaparoscópica) e dos honorários da equipe médica.
Para saber mais sobre o preço da laqueadura por laparoscopia, entre em contato conosco.
Reunimos neste artigo as principais dúvidas sobre a laqueadura tubária por videolaparoscopia.
Falamos sobre o que é a ligadura tubária, os documentos necessários para a cirurgia, os tipos de cirurgia, tempo de recuperação e as diversas vantagens da cirurgia por laparoscopia.
Espero que tenham gostado! Um beijo!
1) https://www.mayoclinic.org/tests-procedures/tubal-ligation/about/pac-20388360
2) https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28333337/
3) https://www.gov.br/ans/pt-br/arquivos/acesso-a-informacao/participacao-da-sociedade/consultas-publicas/cp59/dut/cp_59_11.pdf
Artigo criado em 07/07/22 e atualizado em 07/07/22 por Dra Camila Bonacordi.
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.
Texto escrito por:
Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514