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OUT 09

Teratoma de Ovário: Tudo o que você precisa saber!

Postado por Dra. Camila Bonacordi

foto de um útero, tubas uterinas e ovário com teratoma

Você fez um ultrassom de rotina e descobriu que está com um teratoma de ovário.

E agora? Como tratar? Preciso fazer cirurgia?

O objetivo deste artigo é explicar o que é o teratoma de ovário, seus sintomas, diagnóstico e tratamento!

O que é um teratoma de ovário? 

São cistos benignos do ovário, sendo os mais comuns das mulheres jovens, responsáveis por 25 a 40% dos casos de tumores ovarianos.

Também são chamados de teratomas maduros do ovário ou cistos dermóides. 

Como surge o teratoma no ovário?

A causa não está bem estabelecida na literatura, mas acredita-se que ele se forme a partir da proliferação anormal de células germinativas.

Inclusive, alguns estudiosos defendem a teoria que os cistos dermoides já se formem durante a vida embrionária.

Quais são suas características?

Os teratomas têm origem da linhagem germinativa, ou seja, são compostos por células capazes de formar os diferentes tecidos do corpo.

Isso faz com que o seu conteúdo varie muito!  

Ele pode conter gordura, cartilagem, cabelo, osso e até mesmo dentes em seu interior! 

Tipos de teratoma de ovário

De forma geral, existem basicamente dois tipos de teratomas, os teratomas maduros e imaturos.

  • Teratoma Maduro: é o tipo mais comum, benigno, acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva.
  • Teratoma Imaturo: recebe esse nome quando é maligno. São raros e acometem principalmente crianças e mulheres jovens com menos de 18 anos. 

Quais são os sintomas de teratoma? 

A maioria é assintomático, ou seja, não causa nenhum sintoma.

Quando atingem grandes volumes, podem causar:

  • Dor abdominal
  • Sensação de peso na pelve
  • Compressão de órgãos adjacentes (bexiga ou intestino)

Podem ainda causar a rotura ou a torção do ovário, ocasionando uma dor abdominal súbita, de forte intensidade, que necessita de tratamento cirúrgico.

No entanto, essas são complicações mais raras. 

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é geralmente feito pelo ultrassom transvaginal ou pélvico.

Em alguns casos, solicitamos também a ressonância magnética da pelve para confirmar o diagnóstico. 

Quais são os tratamentos para teratoma?

Quando pequenos, eles podem ser acompanhados com exames de imagem anualmente, sem a necessidade de cirurgia.

Já quando atingem grandes extensões ou começam a causar sintomas, devem ser removidos cirurgicamente.

Isso porque não há nenhum medicamento ou remédio capaz de tratar essa patologia.

Não há um consenso na literatura sobre o tamanho ideal em que devemos indicar a cirurgia, mas normalmente variam entre 3 e 5 cm. 

Foto de teratoma de ovário (amarelo) suavizada, após a sua remoção cirúrgica.

Evidenciamos cabelos e dentes no seu interior.

Como funciona a cirurgia de teratoma de ovário? 

A cirurgia pode ser feita por via abdominal (aberta), videolaparoscópica ou robótica.

Preferencialmente, realizamos a cirurgia por via minimamente invasiva (laparoscopia ou robótica), pois elas permitem uma rápida recuperação pós operatória e um retorno mais precoce às atividades habituais.

Idealmente, retiramos apenas o cisto teratoma, preservando o restante do ovário, procedimento este chamado de ooforoplastia.

Entretanto, na minoria dos casos, pode ser necessária a retirada do ovário como um todo (ooforectomia), principalmente quando o cisto dermoide atinge um grande volume.

Para saber mais sobre a cirurgia de retirada de cisto no ovário, confira nosso artigo completo.

O teratoma maduro pode virar câncer?

Sim, apesar de ser uma condição extremamente rara.

O risco de transformação maligna varia entre 0,2 a 2% dos casos, ocorrendo principalmente em mulheres após a menopausa.

Os fatores de risco são:

  • Idade > 50 anos
  • Diâmetro do tumor >10 cm
  • Crescimento rápido
  • Achados característicos de imagem, como por exemplo, o aumento da vascularização.

O teratoma dificulta a gravidez?

Não. Ele não causa infertilidade.

No entanto, o tratamento cirúrgico pode causar diminuição da reserva ovariana, principalmente quando acomete os dois ovários (bilaterais) e quando há recorrência.

Nestes casos, podemos indicar o congelamento dos óvulos antes da cirurgia. 

O que acontece se não tirar o teratoma?

Quando há a suspeita de teratoma, o médico ginecologista deve sempre analisar o caso, tamanho e características do cisto para definir a necessidade de retirada por cirurgia.

Como dito acima, o risco em se manter os teratomas grandes é deles causarem complicações como a torção anexial ou a ruptura do cisto.

A torção ovariana nada mais é do que a rotação do ovário no seu próprio eixo vascular, dificultando a passagem de sangue no interior desses vasos. Ela pode levar a uma isquemia deste órgão e causar dor abdominal aguda.

Já a ruptura do cisto, libera o conteúdo do cisto na cavidade abdominal e provoca irritação no peritônio, podendo resultar na peritonite química. Isso também causa dor abdominal de forte intensidade e demanda cirurgia. 

Onde fazer a cirurgia de teratoma de ovário em São Paulo (SP)?

A cirurgia pode ser realizada na maioria dos hospitais de São Paulo.

Recomenda-se a decisão conjunta entre a paciente e a equipe médica para definir o local mais adequado para a cirurgia.

Realizo este procedimento nos principais hospitais de São Paulo. Estamos à disposição para recebê-la em meu consultório.

Ele está localizado no Jardim Paulista, próximos aos bairros, Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.

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Conclusão

Neste artigo, explicamos tudo sobre os teratomas ou cistos dermoides do ovário: o que são, sintomas, diagnóstico e tratamento!

Espero que tenham gostado!

Um beijo.
 

Bibliografia

1) Ayhan, A et al. “Mature cystic teratomas of the ovary: case series from one institution over 34 years.” European journal of obstetrics, gynecology, and reproductive biology vol. 88,2 (2000): 153-7. doi:10.1016/s0301-2115(99)00141-4

2) Hackethal, Andreas et al. “Squamous-cell carcinoma in mature cystic teratoma of the ovary: systematic review and analysis of published data.” The Lancet. Oncology vol. 9,12 (2008): 1173-80. doi:10.1016/S1470-2045(08)70306-1

 

Artigo criado em 08/08/2023 e atualizado em 09/10/2023 por Dra Camila Bonacordi (CRM: 175203)

IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.


Texto escrito por:

Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514

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