Postado por Dra. Camila Bonacordi
Você fez um ultrassom de rotina e descobriu que está com um teratoma de ovário.
E agora? Como tratar? Preciso fazer cirurgia?
O objetivo deste artigo é explicar o que é o teratoma de ovário, seus sintomas, diagnóstico e tratamento!
São cistos benignos do ovário, sendo os mais comuns das mulheres jovens, responsáveis por 25 a 40% dos casos de tumores ovarianos.
Também são chamados de teratomas maduros do ovário ou cistos dermóides.
A causa não está bem estabelecida na literatura, mas acredita-se que ele se forme a partir da proliferação anormal de células germinativas.
Inclusive, alguns estudiosos defendem a teoria que os cistos dermoides já se formem durante a vida embrionária.
Os teratomas têm origem da linhagem germinativa, ou seja, são compostos por células capazes de formar os diferentes tecidos do corpo.
Isso faz com que o seu conteúdo varie muito!
Ele pode conter gordura, cartilagem, cabelo, osso e até mesmo dentes em seu interior!
De forma geral, existem basicamente dois tipos de teratomas, os teratomas maduros e imaturos.
A maioria é assintomático, ou seja, não causa nenhum sintoma.
Quando atingem grandes volumes, podem causar:
Podem ainda causar a rotura ou a torção do ovário, ocasionando uma dor abdominal súbita, de forte intensidade, que necessita de tratamento cirúrgico.
No entanto, essas são complicações mais raras.
O diagnóstico é geralmente feito pelo ultrassom transvaginal ou pélvico.
Em alguns casos, solicitamos também a ressonância magnética da pelve para confirmar o diagnóstico.
Quando pequenos, eles podem ser acompanhados com exames de imagem anualmente, sem a necessidade de cirurgia.
Já quando atingem grandes extensões ou começam a causar sintomas, devem ser removidos cirurgicamente.
Isso porque não há nenhum medicamento ou remédio capaz de tratar essa patologia.
Não há um consenso na literatura sobre o tamanho ideal em que devemos indicar a cirurgia, mas normalmente variam entre 3 e 5 cm.
Foto de teratoma de ovário (amarelo) suavizada, após a sua remoção cirúrgica.
Evidenciamos cabelos e dentes no seu interior.
A cirurgia pode ser feita por via abdominal (aberta), videolaparoscópica ou robótica.
Preferencialmente, realizamos a cirurgia por via minimamente invasiva (laparoscopia ou robótica), pois elas permitem uma rápida recuperação pós operatória e um retorno mais precoce às atividades habituais.
Idealmente, retiramos apenas o cisto teratoma, preservando o restante do ovário, procedimento este chamado de ooforoplastia.
Entretanto, na minoria dos casos, pode ser necessária a retirada do ovário como um todo (ooforectomia), principalmente quando o cisto dermoide atinge um grande volume.
Para saber mais sobre a cirurgia de retirada de cisto no ovário, confira nosso artigo completo.
Sim, apesar de ser uma condição extremamente rara.
O risco de transformação maligna varia entre 0,2 a 2% dos casos, ocorrendo principalmente em mulheres após a menopausa.
Os fatores de risco são:
Não. Ele não causa infertilidade.
No entanto, o tratamento cirúrgico pode causar diminuição da reserva ovariana, principalmente quando acomete os dois ovários (bilaterais) e quando há recorrência.
Nestes casos, podemos indicar o congelamento dos óvulos antes da cirurgia.
Quando há a suspeita de teratoma, o médico ginecologista deve sempre analisar o caso, tamanho e características do cisto para definir a necessidade de retirada por cirurgia.
Como dito acima, o risco em se manter os teratomas grandes é deles causarem complicações como a torção anexial ou a ruptura do cisto.
A torção ovariana nada mais é do que a rotação do ovário no seu próprio eixo vascular, dificultando a passagem de sangue no interior desses vasos. Ela pode levar a uma isquemia deste órgão e causar dor abdominal aguda.
Já a ruptura do cisto, libera o conteúdo do cisto na cavidade abdominal e provoca irritação no peritônio, podendo resultar na peritonite química. Isso também causa dor abdominal de forte intensidade e demanda cirurgia.
A cirurgia pode ser realizada na maioria dos hospitais de São Paulo.
Recomenda-se a decisão conjunta entre a paciente e a equipe médica para definir o local mais adequado para a cirurgia.
Realizo este procedimento nos principais hospitais de São Paulo. Estamos à disposição para recebê-la em meu consultório.
Ele está localizado no Jardim Paulista, próximos aos bairros, Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.
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Neste artigo, explicamos tudo sobre os teratomas ou cistos dermoides do ovário: o que são, sintomas, diagnóstico e tratamento!
Espero que tenham gostado!
Um beijo.
1) Ayhan, A et al. “Mature cystic teratomas of the ovary: case series from one institution over 34 years.” European journal of obstetrics, gynecology, and reproductive biology vol. 88,2 (2000): 153-7. doi:10.1016/s0301-2115(99)00141-4
2) Hackethal, Andreas et al. “Squamous-cell carcinoma in mature cystic teratoma of the ovary: systematic review and analysis of published data.” The Lancet. Oncology vol. 9,12 (2008): 1173-80. doi:10.1016/S1470-2045(08)70306-1
Artigo criado em 08/08/2023 e atualizado em 09/10/2023 por Dra Camila Bonacordi (CRM: 175203)
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.
Texto escrito por:
Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514