Postado por Dra. Camila Bonacordi
Você está sofrendo com uma dor intensa e um inchaço na região íntima?
Isso pode ser uma glândula de Bartholin inflamada.
Esta alteração apresenta diversas particularidades.
O objetivo deste artigo é explicar o que é a bartolinite e os seus diferentes tipos de tratamento.
É a inflamação/infecção dos cistos das glândulas de Bartholin.
Para começar e facilitar a compreensão, é fundamental entender a diferença entre a glândula e o cisto de Bartholin.
As glândulas de Bartholin são estruturas glandulares da genitália feminina, responsáveis pela produção de muco que ajudam a lubrificar a vulva e a vagina.
Elas estão localizadas bilateralmente, em cada lado do vestíbulo, próximas a entrada da vagina.
Normalmente são imperceptíveis, no entanto, quando há uma obstrução do orifício de saída da glândula, ocorre o acúmulo de muco no seu interior, formando o cisto da glândula de Bartholin.
Os cistos da glândula de Bartholin são estruturas relativamente comuns, presentes em até 2% das mulheres, principalmente na fase reprodutiva da vida.
Eles geralmente são assintomáticos, mas podem manifestar-se como um pequeno nódulo palpável no intróito vaginal que pode incomoda ao andar, sentar e durante a relação sexual.
Por estar localizado muito próximo a região vaginal e anal, pode inflamar e infectar.
Ou seja, a glândula de Bartholin inflamada nada mais é do que a proliferação bacteriana dentro do cisto, gerando um intenso processo inflamatório com edema e dor local, além do acúmulo de pus no seu interior.
A bartolinite é a inflamação do cisto de bartholin (seta verde), localizado na vagina.
A infecção da glândula de Bartholin é causada pela proliferação de bactérias da região intestinal (Escherichia coli) ou de bactérias sexualmente transmissíveis (como a Chlamydia trachomatis e aNeisseria gonorrhoeae).
De acordo com um estudo científico publicado no Obstetrics and Gynecology, a Escherichia coli está presente em aproximadamente 43% dos casos de bartolinite.
A proliferação bacteriana geralmente ocorre devido a certos fatores predisponentes.
Os principais fatores predisponentes são:
É válido lembrar que a intensidade e a frequência destes sintomas são variáveis, mas normalmente levam as mulheres a procurar o pronto socorro para uma avaliação.
O diagnóstico é realizado através do exame físico ginecológico.
Durante o exame ginecológico, é possível observar o aumento do volume da glândula de Bartholin, assim como a presença de sinais inflamatórios locais (vermelhidão, inchaço, aumento da temperatura) e dor intensa ao examinar a região.
O exame especular é importante para avaliar corrimentos vaginais concomitantes ao quadro.
O tratamento da bartolinite depende do tamanho da glândula e da intensidade dos sintomas apresentados pela paciente.
Inclui cuidados locais, uso de medicamentos e até mesmo cirurgia, em alguns casos.
O principal cuidado consiste na realização de compressas mornas locais, várias vezes ao dia, para auxiliar a drenagem espontânea do abscesso.
É preferível o uso de compressas mornas do que banhos de assento.
Isso porque, durante o banho de assento, as bactérias da flora intestinal tendem a se aproximar do canal vaginal, podendo piorar o quadro.
Diversos medicamentos podem ser utilizados para o tratamento dessa condição.
Os principais são: analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos.
Os analgésicos e anti-inflamatórios ajudam a aliviar a dor e o inchaço local. No entanto, somente os antibióticos conseguem reduzir a proliferação das bactérias locais.
O tipo de antibiótico a ser prescrito é individualizado e depende da avaliação das particularidades de cada paciente.
Algumas mulheres, no entanto, precisarão de tratamento cirúrgico.
A cirurgia consiste na drenagem do abscesso em centro cirúrgico sob sedação.
É realizada uma incisão na glândula de Bartholin infectada, com drenagem de toda a secreção purulenta do seu interior, seguida da lavagem exaustiva dessa região.
Por fim, é realizada a marsupialização, que a sutura das bordas da glândula na pele, com o objetivo de manter a região drenada aberta, e assim, evitar a formação de um novo abscesso.
É fundamental lembrar que a retirada do cisto de Bartholin não é realizada em vigência de infecção.
Realizo o diagnóstico e o tratamento do cisto da glândula de Bartholin no meu consultório.
Ele fica localizado no Jardim Paulista em São Paulo, próximo aos bairros: Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.
Caso seja necessária a cirurgia, realizo nos principais hospitais de São Paulo.
Para entrar em contato clique aqui ou no símbolo de WhatsApp ao lado.
Sim, tanto a formação de cistos da glândula de Bartholin, quanto as glândula de bartholin inflamadas podem ser recorrentes.
Por isso, o acompanhamento com sua médica ginecologista é fundamental.
O tratamento cirúrgico com a remoção definitiva da glândula não é indicado para todas as mulheres.
No entanto, caso haja incômodo local pelo tamanho do cisto ou múltiplos quadros de infecção, é necessário discutir com a paciente os prós e contras do procedimento para uma conduta individualizada.
Alguns cuidados podem ajudar na prevenção dessa doença. São eles:
Neste artigo explicamos o que é a bartolinite e seu tratamento.
Esta é uma alteração extremamente frequente e incômoda que exige um tratamento adequado e acompanhamento médico.
Espero que tenham gostado do artigo! Um beijo!
1) Approach to Bartholin's abscesses and recurrences under office conditions. Journal of Gynecology Obstetrics and Human Reproduction, 2021.
2) Clinical and microbiological characteristics of Bartholin gland abscesses. Obstetrics and Gynecology, 2013.
Não, o cisto da glândula de Bartholin não é grave. É uma alteração comum e normalmente assintomática.
No entanto, pode evoluir para um quadro infeccioso com a formação de um abscesso (bartolinite) que pode ser grave.
Normalmente não. Ela é causada pela proliferação de bactérias da própria flora vaginal e intestinal.
No entanto, ela pode ser causada por agentes sexualmente transmissíveis, como a clamídia e gonococo.
Desta forma, é essencial investigar esses agentes, pois, uma vez positivos, demandam o tratamento do casal.
Artigo criado em 16/12/2023 e atualizado em 16/12/2023 por Dra Camila Bonacordi.
IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.
Texto escrito por:
Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514