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JAN 13

Histerectomia por Videolaparoscopia em São Paulo - 5 Vantagens

Postado por Dra. Camila Bonacordi

mulher com as maos apontando para o abdome com expressao facial surpresa

Introdução

A cirurgia para retirada do útero ou histerectomia, é um dos procedimentos mais realizados em mulheres em idade reprodutiva.

Estima-se que sejam realizadas entre 150 a 200 mil histerectomias anualmente no Brasil.

Isso ocorre principalmente por patologias benignas do útero como miomas uterinos e sangramentos uterinos anormais, onde somente a miomectomia (retirada do mioma) não é possível.

Com o avanço da tecnologia, inúmeras técnicas foram desenvolvidas para melhorar a recuperação das mulheres após este procedimento, dentre elas a histerectomia por videolaparoscopia.

No artigo de hoje, vamos conversar um pouco mais sobre a histerectomia por videolaparoscopia, suas indicações, vantagens e responder as principais dúvidas sobre este procedimento.

Vamos lá?

O que é a histerectomia?

É a cirurgia de retirada do útero. Geralmente ela é acompanhada da remoção das tubas uterinas, por se tratarem de uma extensão do útero.

A histerectomia pode ser dividida basicamente em:

- Histerectomia total: quando são retirados o corpo e o colo do útero

- Histerectomia subtotal: quando retiramos o corpo do útero, sem remover o colo uterino

Quais as indicações de histerectomia?

A indicação mais comum da histerectomia é o sangramento menstrual aumentado.

Algumas mulheres apresentam menstruação com fluxo muito acentuado (muitas vezes até com coágulos), outras apresentam a duração prolongada (maior que 14 dias seguidos).

Em ambos os casos, geralmente iniciamos o tratamento com medicamentos.

Segundo o Ministério da Saúde, a histerectomia é recomendada como tratamento definitivo para mulheres com miomas, prole completa e sintomas refratários.

No entanto, se o sangramento persiste ou é intenso ao ponto de causar anemia, a cirurgia de histerectomia é recomendada (a depender da prole e idade da paciente).

Dentre as causas de sangramento aumentado, temos:

  • Miomas uterinos
  • Adenomiose
  • Adenomiomas
  • Sangramento uterino anormal disfuncional (sem alteração aparente ao exame de ultrassom).

Além disso, outra indicação muito comum é quando se suspeita de câncer do útero (sarcoma uterino, câncer de endométrio, câncer de colo uterino).

Por último, muitas mulheres acabam realizando a histerectomia por prolapsos uterinos.

O prolapso genital é a denominação dada ao útero situado em uma posição mais baixa que a habitual (útero caído), ocupando o canal vaginal ou até mesmo ultrapassando esse limite, causando dor e comprometimento da qualidade de vida da mulher.

Útero aumentado precisa de Cirurgia?

Essa é uma dúvida muito frequente no consultório. O tamanho do útero não é indicação absoluta de cirurgia.

O que acontece é que úteros volumosos (geralmente maiores que 400cc), costumam causar sintomas com mais frequência.

Dentre os sintomas destacam-se: sangramento aumentado, dor na relação sexual, sensação de peso na pelve e aumento da frequência urinária.

Discretos aumentos do volume do útero em pacientes que não sentem nada (assintomáticas) não precisam ser tratados!

Somente orientação e acompanhamento são as medidas necessárias para o útero discretamente aumentado sem demais alterações.

Quais os tipos de histerectomia?

A retirada do útero pode ser feita por 3 vias:

- Histerectomia abdominal ou aberta: consiste na abertura de uma cicatriz similar ao do parto cesárea ou, em casos de úteros muito volumosos, cicatriz mediana abaixo do umbigo.

- Histerectomia vaginal: retirada do útero por uma abertura no fundo da vagina. Indicada principalmente para úteros pequenos com prolapso genital.

- Histerectomia videolaparoscópica: É a via de preferência para retirada do útero. Permite uma rápida recuperação pós operatória e pode ser indicada tanto para o tratamento de úteros pequenos até úteros de grande volume.

A histerectomia por videolaparoscopia é perigosa?

Não. Quando bem indicada, a cirurgia de histerectomia não é perigosa.

No entanto, cada caso deve ser individualizado, a fim de proporcionar sempre o melhor tratamento para a paciente.

Quais os riscos da histerectomia videolaparoscópica?

O principal risco da cirurgia para retirada do útero é o sangramento.

Além disso, como todo procedimento cirúrgico, há o risco de infecção.

No caso da histerectomia, podem ocorrer infecções na pele (cicatriz), no abdome, ou na cúpula vaginal (fundo da vagina).

Quanto aos riscos específicos deste tipo de cirurgia, temos: risco de lesão na bexiga, no ureter (responsável por levar a urina do rim até a bexiga), no intestino; risco de deiscência (abertura) dos pontos da cúpula vaginal (quando a histerectomia é total).

Qual o preparo antes de uma histerectomia por videolaparoscopia?

É recomendada uma dieta leve no dia anterior a cirurgia e jejum de pelo menos 08 horas no dia do procedimento.

Além disso, é fundamental um preparo global da paciente, que consiste na avaliação por sua ginecologista, exames pré operatórios gerais (exame de sangue completo, raio X, eletrocardiograma) e os exames de imagem (ultrassonografia transvaginal e/ou ressonância magnética de pelve).

A avaliação é realizada para planejar a melhor abordagem cirúrgica e responder todas as dúvidas das pacientes.

Um entendimento adequado de todo o processo antes, durante e após a cirurgia é fundamental, pois tranquiliza e facilita e muito a recuperação das mulheres.

Qual anestesia é feita para a histerectomia por laparoscopia?

Semelhante a outros procedimentos realizados por videolaparoscopia (como a laqueadura, miomectomia), a anestesia realizada para retirada do útero por laparoscopia é a anestesia geral.

A paciente irá dormir durante todo o procedimento e não irá sentir dor ou lembrar de nada.

Vale ressaltar que todos os casos são avaliados individualmente, podendo inclusive haver associação de dois tipos de anestesia a depender da situação.

Como é feita a histerectomia por videolaparoscopia?

Após a paciente estar anestesiada e dormindo, é realizada uma limpeza local na pele, a fim de evitar infecções. A partir daí, a cirurgia começa.

A histerectomia laparoscópica é iniciada através de uma pequena incisão umbilical de aproximadamente 1cm, seguido de 3 incisões de 0,5cm na porção inferior do abdome.

Através destas incisões são inseridos os equipamentos de videolaparoscopia. Ele consiste em uma câmera e pequenas pinças delicadas, necessárias para a realização da cirurgia.

Após isso, todos os ligamentos e vasos que se ligam ao útero são separados.

A seguir, é realizada uma incisão entre a transição do colo do útero e a vagina, permitindo a retirada do útero por completo.

Se o útero não tiver volume acentuado, é possível a sua retirada por via vaginal.

No entanto, em úteros com volumes maiores que 400cc, pode ser necessário o morcelamento (fatiamento), para posterior retirada do mesmo.

Para finalizar a cirurgia, o fundo vaginal é fechado com pontos absorvíveis.

Confira abaixo um vídeo simulando a cirurgia de histerectomia por videolaparoscopia.

Qual as vantagens da histerectomia por videolaparoscopia?

De acordo com uma revisão sistemática publicada em uma revista científica internacional, a via laparoscópica apresenta diversas vantagens, destacando-se:

  • Menor sangramento
  • Menor cicatriz
  • Menor dor no pós operatório
  • Menor tempo de internação hospitalar
  • Retorno precoce ao trabalho e atividades diárias

Quanto tempo dura uma histerectomia por videolaparoscopia?

O tempo de cirurgia varia de acordo com o tamanho do útero. Em média, a duração é de 1 a 3 horas.

A histerectomia por laparoscopia dói?

Não. A cirurgia é feita sob anestesia geral. Desta forma, a paciente não irá sentir nenhum desconforto ou irá se lembrar do procedimento.

Após a cirurgia, é comum haver a sensação de estufamento e inchaço na barriga.

Esses sintomas são normais e facilmente controlados com medicações sintomáticas.

Após a cirurgia, é recomendada a deambulação precoce para estimular a eliminação dos gases e diminuir o risco de trombose.

Esta caminhada (com auxílio) também melhora significativamente a liberação dos gases, retorno da função intestinal e melhora do desconforto abdominal.

Qual o tempo de recuperação após a histerectomia por videolaparoscopia?

A recuperação costuma ser rápida e tranquila.

A maioria das mulheres recebe alta hospitalar no dia seguinte a cirurgia, sendo orientado o uso de algumas medicações para dor nos primeiros 7 dias.

Recomenda-se o afastamento do trabalho e das atividades físicas intensas por 15 dias.

É normal ter sangramento após histerectomia?

Sim, é normal ocorrer sangramento vaginal em pequena quantidade após a cirurgia. Este sangramento normalmente é autolimitado e desaparece em alguns dias.

Quanto tempo depois da histerectomia pode ter relação?

45 a 60 dias após a cirurgia.

Normalmente, o tempo de abstinência sexual é maior devido aos pontos que são realizados no fundo vaginal.

O que muda na relação sexual após a histerectomia? A vagina fica curta?

São muito frequentes os mitos relacionados a retirada do útero, como: não haverá mais prazer na relação sexual, haverá mudança na lubrificação, a vagina ficará curta, entre outros.

Acontece que nas histerectomias realizadas por doenças benignas (como miomas, adenomiose, endometriose), a vagina mantém-se de tamanho habitual.

Já nas retiradas de útero por doença maligna (como o câncer de colo uterino, por exemplo), pode ser necessária a retirada de uma porção superior da vagina, acarretando no encurtamento da mesma, mas esses casos são de exceção.

O prazer e o desejo sexual, assim como a lubrificação vaginal, não se alteram com a retirada do útero.

Entretanto, alguns estudos mostraram que as mulheres que se queixam de redução do prazer ou desejo sexual após a cirurgia, o tiveram por uma questão psicológica.

Nestes casos, a feminilidade está associada a presença do útero, sendo então tratado com auxílio de uma terapeuta sexual. 

 

Como fica a menstruação após a histerectomia?

Não haverá mais menstruação após a retirada do útero.

Como fica por dentro depois de uma histerectomia total?

Praticamente igual, a única diferença é que o fundo vaginal terminará em fundo cego.

Antes da retirada do colo uterino, o fundo da vagina era contínuo com o colo do útero.

Após a retirada do colo e corpo uterino, é necessário dar pontos na porção do fundo vaginal, para fechá-la.

O canal vaginal permanece similar ao anterior a cirurgia, porém o fundo vaginal terminará em fundo cego, lugar no qual antes encontrávamos o colo uterino.

A cirurgia de retirada do útero faz perder a barriga?

Não. O útero fica localizado no interior da pelve (abaixo do púbis), portanto, sua remoção não irá interferir no volume abdominal.

Muitas mulheres perguntam se retirando o útero é possível perder a “pochete” ou a barriga.

Isso só acontece em casos de exceção, onde o volume do útero é muito elevado, atingindo valores próximos a 1000cc (10x o tamanho normal).

Nestes casos, é até possível sentir o útero ao palpar o abdome, como se fosse um útero na gravidez.  

É possível engravidar após a retirada do útero?

Não. O útero é o órgão responsável pela gestação, sendo capaz de crescer e modificar seu tamanho rapidamente, permitindo o desenvolvimento do bebê.

Em casos de desejo de gestação, é possível a avaliação com o especialista em infertilidade (a depender da idade da mulher) para captação de óvulos e implantação do embrião em um útero de substituição.

É necessário realizar reposição hormonal após retirada do útero?

Não. Os hormônios femininos são produzidos pelos ovários, que na maioria das vezes, são mantidos na retirada do útero.

Desta forma, eles irão continuar a produzir os hormônios até a idade em que a mulher naturalmente entraria na menopausa.

Essa produção hormonal é importante para a saúde dos sistemas cardiovasculares, ósseo e sexual das mulheres.

Em mulheres com indicação da retirada do útero após a menopausa, avalia-se a retirada dos ovários juntamente ao procedimento, uma vez que sua produção hormonal já não está mais ativa.

Quais os cuidados depois de uma cirurgia de histerectomia?

De modo geral, orienta-se o repouso com afastamento do trabalho, evitar carregar peso, dirigir e realizar atividades físicas intensas por 15 dias.

Não há restrição alimentar após a cirurgia, só é recomendada uma dieta equilibrada e não fumar ou ingerir bebidas alcóolicas.

Após a cirurgia, é recomendado higienizar os pontos do abdome com água e sabonete no banho, secar bem, a fim de evitar a umidade local (o que favorece a infecção).

Os pontos são absorvidos e não necessitam ser retirados.

No entanto, estas orientações podem variar de acordo com cada equipe médica. Consulte sempre sua ginecologista e siga as suas orientações.

Onde fazer a histerectomia por videolaparoscopia em São Paulo (SP)?

A cirurgia para retirada do útero pode ser realizada na maioria dos hospitais em São Paulo (SP).

Recomenda-se sempre a definição em conjunto da paciente e equipe médica para escolher o local mais adequado para cada cirurgia.

A minha equipe realiza esse procedimento nos principais hospitais particulares de São Paulo. Estamos à disposição para receber você em meu consultório.

Ele fica localizado no Jardim Paulista em São Paulo, próximo aos bairros: Jardins, Bela Vista, Pinheiros, Higienópolis e Liberdade.

Agende uma consulta com a Dra. Camila Bonacordi para mais informações sobre a retirada do útero (Histerectomia) por Videolaparoscopia em São Paulo - SP.

Para contato, clique aqui ou no símbolo de WhatsApp ao lado.

Quanto custa uma histerectomia por videolaparoscopia?

O valor depende principalmente do tipo de histerectomia (aberta, vaginal, videolaparoscópica ou robótica) e dos honorários da equipe médica.

Para saber mais sobre valores de cirurgia para retirada do útero, entre em contato com a nossa equipe.

Conclusão

Neste artigo, detalhamos como é feita a cirurgia da retirada do útero por videolaparoscopia, suas principais indicações, tipo de anestesia, tempo de recuperação e cuidados pós operatórios.

Destacamos também as principais vantagens da cirurgia de histerectomia por laparoscopia.

Espero que tenham gostado! 

Um beijo!

Referências

1) Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia

2) Ministério da Saúde

3) Cochrane Library

Artigo criado em 13 de Janeiro de 2022 e atualizado em 14 de Julho de 2022 por Dra Camila Bonacordi.

IMPORTANTE: Somente médicos devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. Agende uma consulta para maiores informações.


Texto escrito por:

Dra. Camila Bonacordi
Médica Ginecologista
Especialista em Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva
CRM: 175203 – SP
RQE: 86605
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8912441366082514

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